Eritreia divide-se em quatro principais regiões fisiográficas: a planície costeira do mar Vermelho; o planalto centro-sul, que forma o núcleo do país; as colinas das áreas norte e centro-oeste; e os amplos planaltos ocidentais.
Ex-colônia italiana, a Eritreia foi ocupada pela Inglaterra em 1941. Em 1952, as Nações Unidas resolveram transformá-la em uma entidade autônoma federada à Etiópia. Entretanto, dez anos depois, o imperador da Etiópia Haile Selassie decidiu anexá-la ao território etíope, dando início a uma luta armada que durou 32 anos.
A independência veio logo depois da derrota do sucessor de Haile Selassie, Mengistu Haile Marian. Em 1993, em um referendo apoiado pela Etiópia, o povo eritreu votou quase que unanimemente em favor da independência, deixando a Etiópia sem saída para o mar.
A Eritreia saiu de sua demorada guerra de independência em 1993 somente para mergulhar mais uma vez em guerra, primeiro com o Iêmen e depois, de forma mais devastadora, com sua velha adversária, a Etiópia.
Em novembro de 2007, uma comissão internacional delimitou a fronteira entre a Eritreia e a Etiópia. O governo eritreu aceitou, mas o etíope não. Por conta disso, a ONU ordenou que tropas de paz ficassem na região até junho de 2008.
A Eritreia cortou o fornecimento de combustível para as tropas da ONU, forçando-as a sair. Pouco tempo depois de deixarem o país, tropas eritreias iniciaram uma batalha contra forças do Djibuti na fronteira entre os dois países.
A Igreja
Os cristãos são basicamente ortodoxos, e quase inteiramente da etnia tigrinia. As igrejas evangélicas estão crescendo, mas são limitadas em recursos para treinamento e evangelismo.
O medo que o governo tem do extremismo islâmico e dos evangélicos praticamente acabou com projetos e ajuda de ONGs internacionais, e também restringiu a entrada de obreiros cristãos.
A perseguição
Os cristãos estão sofrendo a pior perseguição de toda a história da Eritreia.
A Constituição de 1997 provê liberdade religiosa, no entanto, ela ainda não foi implementada. Assim, não é permitida a distribuição de Bíblias no Exército e nas escolas. Desde setembro de 2001, foi suspensa definitivamente toda impressão de materiais religiosos (papeis e livros devocionais ou particulares etc.).
Desde maio de 2002, todas as igrejas evangélicas estão fechadas por ordem do governo e precisam de autorização para funcionar. A prática de prender aqueles que se reúnem ou exercem qualquer outra atividade religiosa sem a autorização do governo já causou a prisão de mais de dois mil cristãos. Eles são mantidos em condições desumanas, presos em contêineres de metal ou em celas subterrâneas.
Os evangélicos não têm personalidade jurídica e, até agora, os registros para suas igrejas não foram concedidos. Atualmente, a igreja evangélica reúne-se ilegalmente nas casas. O governo controla as escolas que eram cristãs e reluta em registrar outras.
Em 2002, o governo do presidente Isaías Afworki fechou as 12 igrejas protestantes independentes da Eritreia, proibindo suas congregações de se reunirem até mesmo em casas. Desde então, pastores, soldados, mulheres, adolescentes, crianças e idosos foram presos quando surpreendidos em uma reunião, lendo a Bíblia e orando em grupos. O estado reconhece somente quatro instituições religiosas “históricas” no país, a saber: o islamismo, e as igrejas ortodoxa, católica e luterana evangélica.
Dois líderes chave da Igreja do Evangelho Pleno, uma das maiores denominações pentecostais da Eritreia, foram presos às seis horas da manhã de 23 de maio de 2004, em suas casas, em Asmara. Durante as detenções, os policiais confiscaram as chaves dos gabinetes pastorais, e ameaçaram verbalmente suas esposas. Haile Naizgi, que atualmente trabalha como presidente da Igreja do Evangelho Pleno e o Dr. Kifle Gebremeskel, como presidente da Aliança Evangélica na Eritreia, estão presos em Asmara sem nenhum contato com suas famílias ou visitantes.
Na mesma época, uma cantora cristã da Eritreia também foi presa em uma operação do Ministério da Defesa, apesar dela já ter cumprido seu serviço militar e nacional obrigatório.
Helen Berhane era membro da Igreja Rema e havia lançado um disco que se tornara popular entre os jovens. Ela não atendeu às exigências de assinar um documento renegando sua fé em Cristo, prometendo não cantar mais, não compartilhar sua fé em Cristo e não realizar quaisquer atividades cristãs na Eritreia.
Por conta disso, Helen ficou presa até o início de 2007. Ela saiu do país clandestinamente naquele ano e conseguiu asilo na Dinamarca, onde mora com sua filha.
Entre 2008 e 2009, foram registradas as mortes de quatro cristãos nas prisões do país. Azib Simon, 37 anos, morreu de malária no Centro de Treinamento Militar Wi”a em agosto de 2008. Mogos Hagos Kiflom, 37, e Mehari Gebreneguse Asgedom, 42, morreram prisão militar de Mitire. Ambos, em consequência da tortura que sofreram.
Fonte : http://noticias.gospelprime.com.br/a-igreja-na-eritreia-sofre-a-pior-perseguicao-da-historia/